Sofrimento nos laboratórios



Participe do abaixo assinado contra o uso de beagles para experimentação na Universidade Estadual de Maringá (PR)

Clique aqui para assinar o abaixo-assinado contra o uso dos Beagles da UEM.

21 de agosto de 2010

Blog Cachorrando
cachorrando@hotmail.com

Já faz um tempo que a história anda pela mídia. Em 2008, o Diário de Maringá publicou: "Eles são dóceis, têm o olhar triste e abanam o rabo, enquanto enfiam os focinhos pelos buracos da cerca, à espera de um afago dos visitantes. Vários cães da raça beagle – a do personagem Snoopy, dos desenhos animados e quadrinhos – são criados na Universidade Estadual de Maringá (UEM) para servir como cobaias nos mais diversos tipos de pesquisas, como fabricação de medicamentos. O destino, na maioria dos casos, é o sacrifício dos cães ao final da pesquisa."


Foto: Reprodução/Cachorrando


Estamos em 2010 e pelo jeito pouca coisa mudou. Ângela Rodrigues, autora do recém criado abaixo-assinado "Contra o uso e sacrifício de Beagles em experimentos científicos na Universidade Estadual de Maringá"  afirma que há 2 meses ficou sabendo do que se passava na UEM , e foi lá confirmar os fatos. O site do biotério da Universidade diz que: " produz animais de diferentes espécies e linhagens, distribuídos em: ratos Holtzman e Wistar, camundongos Swiss, BALB/c, hamsters e cães da raça Beagle."A Universidade alega que todos os procedimentos são realizados de acordo com a Lei Procedimento para o Uso Científico de Animais .

Nesta Lei, o parágrafo terceiro do artigo 14 diz : "Sempre que possível, as práticas de ensino deverão ser fotografadas, filmadas ou gravadas, de forma a permitir sua reprodução para ilustração de práticas futuras, evitando-se a repetição desnecessária de procedimentos didáticos com animais." Será que a UEM está fazendo isto? Será que as Universidades não poderiam trocar informações evitando que a mesma prática se repetisse  ano após ano, infligindo sofrimento desnecessário a centenas de animais?

No abaixo assinado Ângela afirma  que  Beagles são cães dóceis , inteligentes e sensíveis. São hiperativos e precisam de espaço e atividade física ( assim como todos os cães ). Os canis do biotério são insuficientes para que os cães tenham equilíbrio físico e emocional. A condução de experimentos constitui um ato de crueladade pois priva estes animais do direito à vida. Quando há privilégio de uma das partes trazendo sofrimento à outra, torna-se antiético, independente do que digam as normas ( que obviamente foram criadas pelo lado mais forte ).

"Cabe aqui, portanto, um questionamento imperioso: se tivermos em mente, por exemplo, a inclusão de mais um medicamento na indústria farmacêutica, mais uma patente, ou mais um método de implantes, podemos imaginar que, em última instância, os efeitos dos experimentos conduzidos nos laboratórios da UEM e o confinamento de Beagles no biotério são promissores para a comunidade científica e para a população humana, mas se considerarmos a vitimização dos Beagles, sua candura e inocência, o efeito é certamente deletério, porque tira de nós, homens, a humanidade e a civilidade que devem sempre nos caracterizar.

Como pontua o intelectual húngaro Karl Polanyi, as mudanças e o progresso podem não cessar, mas seu ritmo pode e deve ser controlado. Neste caso, se determinados medicamentos ou melhoramentos científicos precisam ser elaborados, que o sejam no tempo certo, que é o tempo necessário para que se descubram procedimentos científicos que não comprometam o bem estar e a vida desses cães."

Clique aqui para assinar o abaixo-assinado contra o uso dos Beagles da UEM.

E por favor, assista este excelente vídeo criado pelo instituto Nina Rosa e entenda como funciona a experimentação animal na ciência. O caso dos Beagles é apenas um exemplo de muitos outros , que estão muito mais próximos do que a gente imagina. Acesse aqui a primeira parte.

Medicina da Ufrgs ensina sem usar animais.

Passados dois anos desde que o sacrifício de animais foi abolido no curso, professores e alunos estão muito satisfeitos. Conflito ético foi o principal motivo para a troca por modelos artificiais nas aulas práticas.

                                             

O cãozinho é trazido do canil e chega faceiro; caminha até o grupo de alunos de medicina e lambe as pernas de um deles. O clima na sala fica pesado e ninguém quer anestesiar e cortar o bichinho. Alguns estudantes, constrangidos, ameaçam ir embora. Cenas como esta ou parecidas aconteceram por diversas vezes, nos muitos anos em que animais foram usados nas aulas práticas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Famed/Ufrgs).

Era assim, anestesiando, cortando e costurando animais vivos (vivissecação), depois sacrificados, que os futuros médicos aprendiam as técnicas operatórias e outros conteúdos. Mas isto mudou em abril de 2007, quando a Famed tornou-se a primeira faculdade de medicina do Brasil a abolir totalmente o uso de animais no ensino de graduação, no que foi seguida logo depois pela Faculdade de Medicina do ABC (SP).

Não estamos falando de uma instituição qualquer: fundada há 111 anos, a Famed é considerada a melhor faculdade de medicina do país, tendo conquistado o primeiro lugar no Exame Nacional de Desempenho Estudantil de 2008 (Enade). O conflito ético foi o principal motivo para que o curso abandonasse a vivissecação, adotando o emprego de modelos anatômicos artificiais que imitam órgãos e tecidos humanos.

Aprovação dos alunos


Passados dois anos, a medida tem a total aprovação de alunos e professores, que garantem não haver nenhum prejuízo para o aprendizado médico. Aluna do quarto semestre, Sabrina de Noronha, 22 anos, diz que sequer pensava que pudesse haver a utilização de animais quando ingressou na medicina. Ela já cursou disciplinas importantes, como fisiologia, anatomia, bioquímica, histologia, onde aconteciam aulas práticas com vivissecação, e não precisou passar por esta experiência.

As aulas de anatomia, por exemplo, só utilizam cadáveres humanos. "Não tivemos contato com animais em nenhum momento. Fiquei sabendo há pouco tempo que outras faculdades usam animais e achei isso horrível; a faculdade existe para formar profissionais que vão ajudar pessoas e para isso não precisamos maltratar outros seres, não seria ético; a gente tem tanto direito à vida quanto eles (animais), não vejo diferença", diz a aluna.

Sua colega Bárbara Kipp, 22 anos, coordenadora-geral do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Ufrgs concorda. Segundo ela, há outros métodos já bem desenvolvidos para se aprender as técnicas médicas sem precisar recorrer à vivissecação dos cães, coelhos e outros bichos. "Nunca usei animais no curso e estou aprendendo muito bem; não me sentiria à vontade se isso acontecesse e também não vejo ninguém, nenhum colega, sentindo falta", afirma Bárbara.

"Abolimos o uso de animais porque hoje não se precisa mais disso", destaca o diretor da Famed, o médico endocrinologista Mauro Antônio Czepielewski. Não faltaram razões, pois havia alunos que não concordavam com o sacrifício dos cães e outros bichos nas aulas. Além da questão ética, a pressão das entidades protetoras dos animais era cada vez maior, conta o diretor.

Também estava cada vez mais difícil conseguir os animais para servirem de cobaias, havendo ainda o problema de alojá-los e depois descartá-los, após serem sacrificados. Por isso, este procedimento vinha diminuindo ano á ano e quando foi abolido, em 2007, cerca de cinco ou seis animais ainda eram retalhados por semana nas mesas de cirurgia do curso.

Modelos artificiais

A mudança foi bastante discutida, e resultou na implantação de um Laboratório de Técnica Operatória, que funciona apenas com réplicas artificiais das partes do corpo humano, explica o diretor. O projeto todo, com reforma de instalações e aquisição dos modelos, importados, custou cerca de R$ 300 mil, com recursos da própria Ufrgs, Famed, Hospital de Clínicas (o hospital universitário) e Promed, um programa do Ministério da Saúde que incentiva mudanças nos currículos dos cursos de medicina.  
(clique aqui para ver fotos)

O médico Geraldo Sidiomar Duarte, que deixou o cargo de diretor do Departamento de Cirurgia no início do mês, foi o responsável pela implantação do moderno laboratório. "Era uma deficiência grave do curso (a técnica operatória), tínhamos problemas para obter o animal, onde deixá-los, os cuidados pós-operatórios e o Ministério Público e as entidades protetoras vinham se manifestando, havia muitas objeções que criaram um conjunto de dificuldades", relata.

O trabalho era considerado insalubre e aconteciam muitos acidentes biológicos (quando alunos se cortam acidentalmente), com risco de infecção pelo sangue dos animais. Agora, o local é totalmente asséptico, não se vê uma gota de sangue no espaço de 120 metros quadrados. Duarte mostra uma peça sintética que imita perfeitamente a pele humana, inclusive na textura, onde os alunos podem fazer e refazer várias vezes cortes superficiais ou profundos, costuras e pontos. E os acidentes não acontecem mais, o risco é zero, acrescenta.

Outra peça imita um intestino, a ser costurado. Numa mesa ao lado, um tórax artificial permite o treino de punções em vasos profundos, como uma imitação da veia jugular cuja pulsação é possível sentir ao toque. Membros sintéticos apresentam ferimentos diversos a serem tratados cirurgicamente. O que parece ser apenas uma pequena caixa, com uma cobertura da cor da pele, representa a cavidade abdominal para a prática de cirurgia.

O médico e professor mostra catálogos com uma infinidade de órgãos artificiais que podem ser adquiridos: "Há modelos artificiais para todos os tipos de treinamento, pode-se montar um laboratório gigantesco com eles", diz Duarte. "Estamos muito satisfeitos, e os alunos muito mais", completa.

"Isso qualificou enormemente os alunos", reforça Mauro Czepielewski, o diretor do curso. Ele acredita que esta é uma tendência irreversível e que o emprego de modelos artificiais acabará chegando a todas as faculdades de medicina, em substituição aos animais. Diversos cursos, do Rio Grande do Sul e de outros estados, já pediram informações sobre o laboratório da Famed.
"A consciência do não-uso de animais é importante para fortalecer uma visão de valorização da vida", afirma.

O diretor apenas considera muito difícil substituir animais na área de pesquisa, na pós-graduação. Mas garante que os procedimentos, neste caso, seguem rigorosos requisitos do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa, com uso controlado e número limitado dos animais que servem de cobaias.

Objeção de consciência

O debate ético sobre vivissecação ganhou impulso no Estado a partir da atitude de um aluno do curso de Biologia, Róber Bachinski, que ingressou na justiça, em 2007, para ser dispensado das aulas que sacrificam animais, alegando objeção de consciência. Chegou a ganhar uma liminar, mas ela foi cassada, mediante recurso da Ufrgs, e o caso segue tramitando no Judiciário.

Segundo ele, a abolição do uso de animais na Famed reflete uma tendência mundial: "Ao abolir o uso de animais a Famed mais uma vez demonstra a sua qualidade no ensino e o seu avanço ético e metodológico. Espero que outras universidades e cursos também sigam esse modelo e que esses métodos de ensino sejam divulgados".

Bachinski diz ainda que a abolição do uso de animais em disciplinas da medicina comprova que é possível a sua abolição em outros cursos com disciplinas equivalentes, como na farmácia, educação física, psicologia, enfermagem, biologia, veterinária. Na opinião do estudante, um novo paradigma educacional precisa ser criado, levando em conta não apenas o bem estar da sociedade e do aluno, mas  também o respeito aos direitos básicos dos outros animais.
Ulisses A. Nenê 
EcoAgência

 

Lista de faculdades e universidades que aboliram o sacrifício de animais:

Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), Centro Universitário Mont Serrat (UNIMONT). Na Universidade de Brasília (UNB) e na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também já encontramos essa tendência. Na UNB houve o abandono pelos estudantes de Farmacologia e Medicina Veterinária do uso de animais no estudo a respeito da ação e efeito de drogas sobre seu organismo, sendo utilizado programa de computador, além de ter ocorrido uma diminuição dos animais em aulas práticas. No que diz respeito a UFMG, foi abandonado o uso dos animais na aula demonstrativa de fisiologia cardiovascular.       

Fonte:http://eticaparaosanimais.files.wordpress.com/2009/06/manifesto.doc


 


 


 

 

 

 


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